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quarta-feira, 20 de abril de 2022

Madalena Sá e Costa

 

MADALENA SÁ E COSTA (1915-2022)

Durante a tarde deste dia 18 de Abril chegou-me a amarga notícia do falecimento de Madalena Sá e Costa, violoncelista aclamada e notável professora, verdadeira personalidade artística que em tanto concorreu para o enriquecimento do meio musical português.

Há alguns anos, na minha então qualidade de presidente do Ginásio Ópera, tive o gosto de organizar, em Lisboa, no Palácio Foz, uma sessão de homenagem a Madalena Sá e Costa, evocando a sua carreira de violoncelista e pedagoga. As nossas famílias estiveram ligadas ao longo de várias gerações, e tive a satisfação de com ela participar em diversas iniciativas culturais, nomeadamente em várias edições do Concurso de Instrumentos de Arco Júlio Cardona, organizado por um nosso amigo comum, o incansável Manuel Campos Costa (delegado da JMP da Covilhã), o que regularmente nos proporcionava tempo alargado de agradável convívio. Nas conversas que mantivemos, Pedro de Freitas Branco (meu tio-avô) era reiteradamente evocado como tendo sido um dos maestros com quem mais gostara de trabalhar.

Na cidade do Porto, fui beneficiário da generosa e muito amiga hospitalidade das irmãs Helena e Madalena Sá e Costa, fruindo a singular ambiência cultural da casa de porta verde do Largo da Paz – toponímia certeira, pois aí, entre as paredes desse domicílio que é uma espécie de templo da música, respirava-se o puro ar da paz culta gerada pela criatividade artística e intelectual. Guardarei para sempre a cara memória das animadas, afáveis e muito enriquecedoras conversas que aí tive com as duas Artistas: a pianista, falecida em 2006, e a violoncelista que agora nos deixou.

Para mim, este doloroso momento é, essencialmente, o da perda de uma Amiga, pessoa que, para lá do valor artístico, sempre muito estimei pela bondade, honestidade, finura que punha em tudo o que fazia, cultivando uma verdadeira aristocracia de sentimentos.

Aos filhos, Henrique Gomes de Araújo e Helena Araújo, aqui deixo um muito sentido abraço de pêsames.

João Maria de Freitas Branco

Caxias, 18 de Abril de 2022

 

NOTA: Este texto começou por ser parcialmente publicado no Facebook.

 

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