Resposta de Francisco
Bethencourt (8/4/22):
«Aprecio o tom desta
ultima mensagem, mas nao me parece que o uso do nuclear seja para breve. A
derrota da tentativa de conquista da Ucrania esta a assentar, os russos estao a
digerir o triunfalismo deslocado e a humilhacao de um exercito baseado em bluff
e inferiorizado por corrupcao generalizada. Optaram por concentrar-se num
improvisado plano B de conquista do Donbas e da costa do mar Negro. Veremos se
conseguem obter o que pretendem. Nao me parece que estejam inclinados para
negociacoes de paz, nem eles nem os ucranianos. Nao vale a pena manifestar
fraqueza frente ao projecto nacional-imperialista russo de inspiracao fascista,
os ucranianos mostram toda a capacidade.»
Resposta de JMFB (10/4/22):
Posso estar enganado, mas penso que com o aparecimento das armas nucleares tácticas se operou uma transformação profunda na estruturação dos conflitos político-militares. Manifestar fraqueza perante Putin seria grave erro, sem dúvida. Concordo em absoluto. Mas, se muito não erro, negociar e repensar atitudes não é necessariamente uma manifestação de fraqueza; é, muitíssimas vezes, a expressão do poder da racionalidade, e, nessa precisa medida, uma manifestação de força. Admito que isto seja defeito profissional de quem, como eu, dedicou grande parte da vida a pensar a ciência; mas, na realidade, vejo na humildade do racionalismo crítico-dubitativo, na capacidade de reconhecimento de erros próprios e de consequente reformulação de métodos, de atitudes, de acções, no repensar da formulação programática, no reorientar de práticas política concretas, vejo nisto tudo uma força poderosa. Para já, avizinha-se o primeiro grande combate militar alargado. O objectivo imediato da Rússia parece-me ser o de conquistar totalmente o território mais rico da Ucrânia (toda a parte oriental e central, partindo da linha Kiev-Odessa). O que significa acabar com a Ucrânia que hoje conhecemos.
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