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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Sobre a candidatura de Sampaio da Nóvoa


Ataques ou críticas há que denigrem mais o autor do que o visado. Sabemo-lo. E sabemos também que em tais casos tanto o criticador como o seu discurso crítico, pelo exagero da inconsistência, pelo desequilíbrio, pela embriaguêz romântica do verbo, pela ausência de válida fundamentação racional, acabam por não merecer qualquer reacção que não seja o absoluto silêncio. Disso tivemos exemplo na última página da edição de hoje de um jornal de referência presente nas bancas, em mais um dia de homenagem internacional aos Trabalhadores do mundo inteiro [edição do Público de 1/5/15].

Mas como, no caso vertente, pude verificar ser percutida a mesmíssima tecla já múltiplas vezes usada desde a noite da última quarta-feira por comentadores políticos, colunistas e outros fazedores de opinião – e não sendo nem querendo ser mero apoiante passivo da candidatura de Sampaio da Nóvoa, preferindo assumir o papel de modesto operário da construção política que agora se intenta executar, e vendo na defesa da Verdade uma forma de homenagear os Trabalhadores – volto a este amplo espaço público da blogosfera e das redes sociais com o renovado propósito de reafirmar que a candidatura de Sampaio da Nóvoa germina em solo exterior ao das coutadas partidárias, buscando entrosar dinâmicas sociais conducentes à reformatação da visão política. Uma reformatação da acção política na dupla dimensão do imaterial e do material.

Afirmar que esta candidatura foi “fabricada por meia dúzia de maiorais” de um partido, seja ele qual for, é esgrimir usando a mais pura mentira. Ora, a mentira – questão filosófica maior -, essa sim, qual vírus incontroladamente replicado, é que alastra no interior do corpo da Democracia, causando grave lesão, semeando patologia e dando perigosíssimo e humilhante sinal da degradação da nossa vida pública. Os utilizadores da mentira, como o criticador/comentador que aqui me trouxe, fazem com que a análise política fique despida de moral. 

João Maria de Freitas-Branco

Caxias, 1 de Maio de 2015