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sábado, 30 de janeiro de 2021

Formas de noticiar

 

O responsável pela delegação do Norte do INEM, o médico António Rui Barbosa, tomou uma decisão razoável que permitiu que em vez da perda de 11 vacinas fossem vacinados 11 cidadãos (todos funcionários de uma pastelaria situada nas imediações das instalações do INEM, no Porto).

A meu ver, a atitude merece espaço noticioso nos órgãos de comunicação social nacionais pela sua razoabilidade; por ser ao mesmo tempo exemplo de atitude racional e de capacidade de resposta adaptativa. É um caso que concorre para transmitir confiança nos serviços do SNS e nas autoridades, algo importantíssimo em momentos históricos como aquele que estamos a viver. Os canais televisivos deram grande relevo ao acontecimento (creio ter sido notícia de abertura nos três canais nacionais, RTP, SIC, TVi).

No entanto, a notícia não foi dada com base na razão que apresentei (que é a minha). Foi apresentada como se o facto em causa indiciasse um acto de favorecimento, uma ilegalidade, um procedimento imoral, um gesto prevaricador. Não foi minimamente louvado o comportamento do médico responsável. Alimentou-se o sentimento de desconfiança nas instituições públicas e nos seus responsáveis. Desta forma, as televisões prestaram um mau serviço aos cidadãos e ao país: contribuíram para, infundadamente, incutir desconfiança num momento em que precisamos de confiança. Tratar-se-á de incompetência inocente?

Felicito o médico António Rui Barbosa pela atitude tomada. Um exemplo de competência, de inteligência e racionalidade. 

João Maria de Freitas Branco
30 de Janeiro de 2021

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Mentira

  

No domínio da ideação escrita, da criação de pensamento através da prosa de ideias ou prosa filosófica, ocorre não raramente um fenómeno de hibernação cultural. Um texto escrito sob a influência de uma conjuntura história, ou como reacção a determinados acontecimentos históricos marcantes, perde vitalidade, parecendo até, por vezes, deixar de fazer sentido, quando esses acontecimentos se diluem no tempo, quando já não são constitutivos do presente e a situação histórica se transformou. É nessa altura que o texto corre o risco de entrar em estado de hibernação, mesmo quando se trata de obra de autor notabilizado. Olhado como arcaísmo, deixa de ser citado, já não é lido, não é reeditado e é remetido para as prateleiras dos arquivos, onde apenas será rarissimamente revisitado por exóticos intelectuais eruditos, especialistas, investigadores – uma muito magra faixa de leitores. Mas como a história é um processo constante de mudança, um novo acontecimento, o surgir de uma nova situação pode provocar a interrupção disso a que chamei hibernação cultural da obra.

 A realidade presente motiva-me a vir aqui sugerir leitura despertadora, em duplo sentido: porque interrompe uma certa hibernação cultural (pelo menos no que ao nosso espaço cultural concerne) e porque desperta o pensar reactivo, fazendo-nos reflectir sobre o nosso aqui e agora.

O autor em causa é Alexandre Koyré(1892-1964), um francês de origem russa, figura maior no domínio da história e filosofia da ciência, mas personalidade menos atendida na esfera da filosofia social e política, ou da politologia. Quanto à obra, trata-se de um curto escrito, já antigo, publicado em 1943 (em período de Guerra Mundial), sobre temática torridamente actual: a função e relevância da mentira no quadro da construção ideológica e da acção política. Koyré reflecte sobre a mentira a partir do totalitarismo que lhe foi contemporâneo, mas fornece-nos ferramenta para o nosso investimento mental de pensar a mentira como factor corrosivo do Estado de Direito democrático.

Aqui vai a sugestão de leitura (ou de releitura) utilizando a mais recente edição que conheço no idioma original:

KOYRÉ, Alexandre: “Réflexion sue le mensonge”, Editions Allia, Paris, 2016.

Não conheço a existência de nenhuma edição portuguesa.

Boa leitura e boa reflexão.

João Maria de Freitas Branco
Caxias, 11 de Janeiro de 2021

 

 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Donald, you're fired!

 

Os acontecimentos deram-me razão. "Início do golpe" foi o título que dei a um artigo publicado no início de Novembro, na altura do acto eleitoral nos EUA. Já antes tinha escrito sobre o tema em artigos de opinião. No último artigo que escrevi para o jornal PÚBLICO disse que estava em curso uma tentativa de golpe (artigo publicado na edição online ao início da madrugada do dia 6, com o título “USA a caminho da Tirania”). Bastaram umas horas para obter a prova inequívoca. Quase me senti uma espécie de bruxo.

Como é que Donald Trump ainda tem acesso à Sala Oval e ao botão vermelho? Como foi possível um tão clamoroso falhanço dos sistemas de segurança do Capitólio? Como se justifica que os insurrectos não tenham sido impedidos de sair do edifício e não tenham sido detidos? Como se admite que um grupo de amotinadores que tinha acabado de vandalizar o Capitólio, interrompendo os trabalhos do Congresso, coração da República democrática americana, tenha sido tranquilamente escoltado para fora do edifício e deixado em liberdade, sem ter havido um processo de identificação dos prevaricadores?

Leia-se o que António Filipe escreveu na sua página do Facebook, relatando um episódio que presenciou no edifício do Capitólio, durante a visita oficial de Marcelo Rebelo de Sousa aos EUA:


«Estive por duas vezes no Capitólio de Washington em missões da Assembleia da República. Impressionou-me o exagero securitário do edifício em dias de absoluta normalidade, ao ponto do Presidente da Assembleia da República ter sido obrigado a caminhar umas centenas de metros a pé por não ter sido permitido o acesso da viatura da Embaixada de Portugal. Existe mesmo uma polícia própria do Capitólio (United States Capitol Police). Posto isto, não acredito que fosse possível a invasão do Capitólio sem uma enorme cumplicidade de grande parte das forças de segurança» (António Filipe, deputado do PCP, Facebook, 6 de Janeiro 2021).


Depois de ter tentado levar a cabo um golpe de Estado a partir da Casa Branca, Donald Tump tem que ser imediatamente impedido de exercer o cargo de Presidente dos EUA, devendo ser julgado pelo acto de insurreição.

Com base na letra da Constituição americana (25ª Emenda), as autoridades competentes têm que lhe dizer claramente: You're fired!

JMFB
7/1/2021

 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Vitória na Georgia -- Vitória da Civilização


Histórica madrugada! Raphael Wornock é o primeiro senador negro eleito na Georgia, nesse solo estado-unidense manchado pelo horror e pela vergonha de longos anos de escravatura (recorde-se que a Georgia pertenceu ao grupo dos Slave States até à Guerra Civil, 1861-1865). O acto eleitoral de ontem representa uma histórica vitória da civilização sobre a barbárie e um acontecimento profundamente sentido por quem aqui escreve estas linhas depois de mais uma noite de sono muito bem “perdida” a assistir ao escrutínio. Um dos episódios que mais me marcou ocorreu numa rua de New York City quando ainda jovem adolescente, no já recuado ano de 1967 (há cerca de 54 anos), fui apedrejado por um grupo de jovens afro-americanos pouco mais novos do que eu e que dessa forma me fizeram assumir a consciência de que ingenuamente estava naquele preciso momento, e contra os meus princípios e as minhas próprias convicções, a ser cúmplice de uma visita a um zoo humano – uma visita organizada por brancos para ver os “macacos nus” negros (para utilizar a consagrada expressão classificativa zoológica de Desmond Morris). Esse episódio marcou-me para a vida inteira, reforçando ainda mais o meu absoluto desprezo pelo racismo, a mais indigna manifestação de ignorância e estupidez humanas. Também por este motivo íntimo, é com grande emoção que acolho a notícia de há poucas horas, confirmando o candidato democrata Raphael Wornock como primeiro senador afro-americano eleito no estado da Georgia, um dos bastiões da miserável ideologia da supremacia branca.

No momento em que aqui escrevo ainda não está confirmada a vitória do segundo candidato democrata, o jovem Jon Ossoff, mas se ela se confirmar, como parece bastante provável, isso significará que o trumpismo voltou a ser derrotado e que o desfigurado e arruinado Partido Republicano perde o controlo do Senado. Mais um motivo de regozijo. A vergonhosa cumplicidade com o execrável e criminoso presidente Donald Trump parece estar a ter elevadíssimos custos políticos para os republicanos. Veremos o que hoje se vai passar na sessão do Congresso e com a ameaçadora manifestação pró-Trump que neste momento se está a iniciar nas ruas de Washington. Sobre isto, veja-se o meu artigo de opinião na edição online do jornal PÚBLICO. Nas próximas horas, vai travar-se, no Congresso dos EUA e na rua, mais uma luta da Liberdade contra a Tirania e da Decência contra a Indecência.

Viva a Liberdade! Viva a Igualdade e a Justiça!

João Maria de Freitas Branco
Caxias, 6 de Janeiro de 2021

 

NOTA:

History of slavery in Georgia

Georgia figures significantly in the history of American slavery because of Eli Whitney's invention of the cotton gin in 1793. The gin was first demonstrated to an audience on Revolutionary War hero General Nathanael Greene's plantation, near Savannah.

The cotton gin's invention led to both the burgeoning of cotton as a cash crop and to the revitalization of the agricultural slave labor system in the southern states. The Southern economy soon became dependent upon cotton production and the sale of cotton to northern and English textile manufacturers.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

A propósito de um texto sobre os EUA


 Por vários motivos, os portugueses conhecem mal a autêntica realidade “da maior democracia do mundo”, como dizem em tom de deslumbramento muitos dos nossos políticos, comentadores e jornalistas. Comecei a descobrir essa maravilhosa democracia da desigualdade capitalista quando tive, no final dos anos sessenta do século passado, o primeiro contacto directo com os EUA. Fique nessa altura convencido de que aquela sociedade de excessos e de revoltante e injustiça social iria implodir no espaço de uma ou duas décadas. Enganei-me completamente. Mas mais do que a essa observação in loco, é à pessoa de Ernesto Guerra da Cal, que conheci alguns anos mais tarde, já na década de 70, num certo círculo queirosiano (mas infelizmente, para meu grande prejuízo, em contactos muito pontuais), é a ele, Guerra da Cal, que devo o primeiro conhecimento mais profundo do horror dessa “maravilhosa democracia americana”. Há histórias por ele relatadas que nunca mais esqueci, como p.e. a de uma chamada de urgência para os bombeiros, motivada por um incêndio num prédio fazendo perigar a vida de uma ou mais crianças, e em que o socorro só apareceu horas depois da chamada para o 911. Os bombeiros tinham-se “enganado” na morada… porque era um bairro de negros! Ernesto da Cal garantia que este comportamento ignóbil era a regra, e logo adicionava outras histórias, outros factos por si próprio presenciados em New York. A memória desses relatos foi-me sendo avivada por um saudoso amigo, Luís dos Santos Ferro, que, esse sim, longamente privou com Guerra da Cal, principalmente quando o filólogo escritor decidiu tocar a América pelo Estoril. Para os que não se lembrem ou não saibam, Guerra da Cal, amigo de García Lorca, teve a sorte de estar em New York quando ocorreu a derrota da República espanhola, pela qual lutara de arma na mão, e isso fez com que tivesse ficado exilado nos EUA durante longos anos.

Sinto, ao escrever estas breves linhas, o desgosto de não ter tentado contactar Guerra da Cal nos últimos anos da sua vida, depois do meu regresso a Portugal, no início dos anos 90, pois creio que teria sido fácil estabelecer esse contacto através do bom amigo comum, o queirosiano Luís dos Santos Ferro (falecido há um ano, em Janeiro de 2020) que se considerava um irmão mais novo (muitíssimo mais novo) de meu Pai e com quem era sempre agradável e enriquecedor conversar – éramos todos fanáticos cultores do conversar, essa prática que tem vindo a cair em desuso e que agora também está asfixiada pela pandemia que nos atormenta.

O texto “10 Factos chocantes sobre os EUA” que agora aqui partilho chegou-me através do meu querido amigo António Gomes Marques, mas desconheço (ou suponho desconhecer) o autor: António Santos. Não tenho motivos para desconfiar da veracidade dos dez factos relatados. Muitos eram já do meu conhecimento.

João Maria de Freitas Branco
Caxias, 5 de Janeiro de 2021

 

 10 FACTOS CHOCANTES SOBRE OS EUA

Texto de António Santos

1. Os Estados Unidos têm a maior população prisional do mundo, compondo menos de 5% da humanidade e mais de 25% da humanidade presa. Em cada 100 americanos um está preso. A subir em flecha desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controlo social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra, uma nova categoria de milionários consolida o seu poder político. Os donos destes cárceres são também donos dos escravos que trabalham em fábricas dentro da prisão por salários inferiores a 50 cêntimos por hora. Uma mão-de-obra tão competitiva que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente das suas prisões camarárias e graças a leis que vulgarizam sentenças até 15 anos de prisão por crimes como roubar pastilha elástica. Os alvos destas leis são invariavelmente os mais pobres, mas sobretudo os negros, que representando apenas 13% da população americana, compõem 40% da população prisional do país.

2. 22% das crianças americanas vivem abaixo do limiar da pobreza. Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças americanas vivam sem «segurança alimentar», ou seja, em famílias sem capacidade económica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não frequentam a universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.

3. Entre 1890 e 2014 os EUA invadiram ou bombardearam 151 países.

São mais os países do mundo em que os EUA já intervieram militarmente do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelas guerras imperiais dos EUA só no século XX. E por detrás desta lista escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de estado e patrocínios a ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, laureado do Nobel da Paz, os EUA têm neste momento mais de 70 operações militares secretas a decorrer em vários países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar de qualquer país do mundo desde a Segunda Guerra Mundial, batendo de longe George W. Bush.

4. Os EUA são o único país da OCDE sem direito a qualquer tipo de subsídio de maternidade.

Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos pela empresa, é prática corrente que as mulheres americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes nem depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo contemplam entre 12 e 50 semanas pagas em licença de maternidade. Os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia com zero semanas.

5. 125 americanos morrem todos os dias por não poderem pagar o acesso à saúde.

Quem não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de americanos não têm) tem boas razões para recear mais a ambulância do que o inocente ataque cardíaco. Com viagens de ambulância a custarem em média 500 euros, a estadia num hospital público mais de 200 euros por noite e a maioria das operações cirúrgicas situadas nas dezenas de milhares, é bom que se possa pagar um seguro de saúde privado.

6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo.

Esqueça a história do Dia de Acção de Graças, com índios e colonos a partilhar pacatamente um peru. A história dos EUA começa no programa de erradicação dos índios: durante dois séculos, os nativos foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA puseram em marcha um plano de esterilização forçada das mulheres nativas, pedindo-lhes para assinarem formulários escritos numa língua que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios ou, simplesmente, cortando-lhes o acesso à saúde.

7. Todos os imigrantes são obrigados a jurar não serem comunistas para poderem viver nos EUA.

Para além de ter que jurar que não é um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão-lhe perguntar se é ou alguma vez foi membro do «Partido Comunista», ou se defende intelectualmente alguma organização considerada «terrorista». Se responder que sim a qualquer destas perguntas, pode ser-lhe negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por «prova de fraco carácter moral».

8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 000 dólares.

O Ensino Superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente todos os estudantes têm dívidas astronómicas que, acrescidas de juros, levarão em média 15 anos a pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo amiúde forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos. Entre 1999 e 2014, a dívida total dos estudantes estado-unidenses ascendeu a 1.5 triliões de dólares, subindo uns assustadores 500%.
 9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada 10 americanos, há nove armas de fogo.

Não é de espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior colecção de armas. O que surpreende é a comparação com o resto do mundo: no resto do planeta há uma arma para cada 10 pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada 10. Nos EUA podemos encontrar 5% de toda a humanidade e 30% de todas as armas, qualquer coisa como 275 milhões.

10. São mais os americanos que acreditam no Diabo do que aqueles que acreditam em Darwin.

A maioria dos americanos é céptica, pelo menos no que toca à teoria da evolução, em que apenas 40% da população acredita. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos americanos. Esta radicalidade religiosa explica as «conversas diárias» do ex-presidente Bush com Deus e mesmo as inesgotáveis diatribes sobre a natureza teológica da fé de Obama.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Carlos do Carmo

 

Quero acreditar que o valor artístico de Carlos do Carmo, esse criador de fado canção possuidor de exemplar talento ortoépico, vai ter no futuro o reconhecimento internacional que verdadeiramente merece. Com esta esperança, aqui presto homenagem ao músico Amigo, e companheiro de múltiplas causas, no dia da despedida.

João Maria de Freitas Branco
4 de Janeiro de 2021