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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A eutanásia e a estranha declaração


 

Olhei para o ecrã da televisão na altura em que era dada uma notícia sobre a legalização da Eutanásia e pareceu-me haver incongruência entre som e imagem. “Não matem”, ouvia-se, e logo supus ser afirmação de algum bolorento bispo católico exercitando o seu conservadorismo; mas na imagem via-se a figura do líder do PCP, Jerónimo de Sousa. Como podia tão grande despautério reaccionário vir da boca do líder de um partido que continuamente se diz progressista? Outra voz, a do pivot, logo esclareceu: no próximo dia 20, na Assembleia da República, o PCP vai votar contra os cinco projectos de lei apresentados tendo em vista a despenalização da eutanásia – inclusivamente contra o projecto do seu parceiro de coligação, o PEV. É verdade que o PCP já tinha votado conservadoramente contra a despenalização da eutanásia em 2018, mas esperava-se que, dizendo-se progressista, tivesse progredido. Sendo assim, ou fica isolado ou vota ao lado do CDS e do Chega. Quanto à proposta de realização de um referendo para referendar o “inreferendável “ – porque «a vida não se referenda» como disseram vários dos partidos com representação parlamentar (BE, PEV, PS, PAN, IL) --, o PCP conserva um ensurdecedor silêncio.

A morte é um dos mais importantes momentos da vida. Por isso, dignificar a morte é dignificar a vida!
João Maria de Freitas Branco
14 de Fevereiro de 2020
 

 

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