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quarta-feira, 16 de novembro de 2022

José Saramago (1922-2010)

 

JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)

O José, esse escritor tardio que dizia sermos «as palavras que usamos», estaria hoje a festejar o seu centésimo aniversário, e nós todos, amigos, camaradas, leitores, admiradores, estaríamos com ele nesse banquete de afago, fruindo a sua presença completa. Era perfeitamente possível essa presença estar a acontecer neste dia, por ser hipótese não contraditora das universais e objectivas leis naturais que determinam limites de longevidade humana. Mas como nem todo o possível se realiza, o centenário celebra-se com presença de outro tipo, mais mental do que física, mas não necessariamente menos intensa.

O maior e melhor preito que se pode prestar a um Autor literário é tornar presente a sua obra, fazê-la circular, integra-la no nosso viver quotidiano através do fomento da leitura, do estudo, da atenção reflexiva potencialmente propiciadora de outros percursos, de outros gestos criativos.

Assim sendo, quero, também aqui, nesta data especial e neste moderno espaço de comunicação pública, prestar muito sentida homenagem ao magnífico criador literário, ao intelectual inteiro, ao cidadão praticante, ao combatente, mas acima de tudo ao homem solidário, ao Amigo que já laureado com o Nobel e ocupado com os multímodos afazeres associados à justa fama planetária, ao fim de certo dia, tendo sabido de uma angustiante dificuldade com que eu me debatia, não demorou a pegar no telefone, lá longe, no ninho de Lanzarote, para me fazer chegar urgente solução prática embrulhada em um terno incentivo à superação do obstáculo. É este o tipo de atitude que sinaliza a comparência de pessoa de excelência.

Parabéns e obrigado por tudo, querido Amigo José!

João Maria de Freitas Branco
Caxias, 16 de Novembro de 2022

[Texto também publicado no Facebook, na página do autor]

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