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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Festa do Avante!

Saúdo a Festa do Avante que hoje abre as portas ao público. Faço-o por duas razões principais: 1) esta realização sublinha o facto de a democracia portuguesa e o Estado de direito democrático estarem e deverem estar em pleno funcionamento, actuando como ferramentas políticas essenciais no combate à pandemia, bem como a outras ameaças que pairam sobre o nosso viver societal; 2) esta realização contribui, ou pode contribuir para a criação de um estado de ânimo e de uma atitude colectiva facilitadora da restruturação do funcionamento da nossa sociedade sob as condições anómalas de uma pandemia, fazendo-nos acreditar na possibilidade de superação do problema de saúde pública sem que para isso se tenha que regressar a medidas radicais de confinamento generalizado. Estas duas razões para uma saudação não inibem os receios nem tão pouco a consciência crítica de terem existido da parte do PCP e das autoridades governamentais erros, incorrecções, subestimações, imprudências, teimosias que podem ter consequências nefastas, desde logo no plano da saúde pública. O compreensível sentimento colectivo de ter havido “tratamento desigual” é para já o efeito mais oneroso. Na esfera da saúde, ninguém duvida ser mais arriscado realizar a Festa do que tê-la cancelado; mas na vertente política, suspeito que haveria maior risco se tivesse sido cancelada. Esta 44ª edição da Festa do Avante é a primeira que se realiza sem a participação de Ruben de Carvalho, meu saudoso amigo, a quem se devem os melhores momentos de arte musical dos 43 anos de história do evento (de 1976 a 2019). Embora tenha falecido em Junho de 2019, ainda se dedicou à preparação da edição anterior. Uma outra ausência de vulto é a de outro saudoso amigo: o Manuel Jorge Veloso, que morreu em Novembro de 2019 e que sempre esteve ao lado do Ruben no trabalho de concepção e concretização da programação artística. Tenho a satisfação de ter trabalhado directamente com ambos ao longo de vários anos. Aqui lhes presto a minha sentida e amiga homenagem. João Maria de Freitas Branco Caxias, 4 de Setembro de 2020

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