essa
prioridade das prioridades imposta pela cada vez mais dominante ideologia
neoliberal. Isso tem vindo a colocar a Escola mais ao serviço da criação do
homem comercial do que da criação do homem integral, como diria o lúcido
Rabindranath Tagore.
Há, no entanto, no certeiro texto de Santana Castilho
uma frase que considero muito perigosa e que infelizmente até mereceu destaque
jornalístico. É a seguinte: «A democracia não pode ser tolerante com aqueles
que a querem destruir».
o", essa
prioridade das prioridades imposta pela cada vez mais dominante ideologia
neoliberal. Isso tem vindo a colocar a Escola mais ao serviço da criação do
homem comercial do que da criação do homem integral, como diria o lúcido
Rabindranath TagAcabo de ler no jornal
PÚBLICO um excelente artigo de Santana Castilho que expressa uma opinião, entre
várias outras, que converge com o que também eu tenho publicamente afirmado: a
Escola não está a conseguir cumprir a missão essencial de contribuir para a
construção de uma sociedade diferente, expurgada, digo eu, de racismo, de
homofobia, de xenofobia, de totalitarismos, de apego ao sobrenatural, de
irracionalidade à solta. A Escola curvou-se perante a voga da apologia do
"crescimento económico", essa prioridade das prioridades imposta pela
cada vez mais dominante ideologia neoliberal. Isso tem vindo a colocar a Escola
mais ao serviço da criação do homem comercial do que da criação do homem
integral, como diria o lúcido Rabindranath Tagore.
Acabo de ler no jornal
PÚBLICO um excelente artigo de Santana Castilho que expressa uma opinião, entre
várias outras, que converge com o que também eu tenho publicamente afirmado: a
Escola não está a conseguir cumprir a missão essencial de contribuir para a
construção de uma sociedade diferente, expurgada, digo eu, de racismo, de
homofobia, de xenofobia, de totalitarismos, de apego ao sobrenatural, de
irracionalidade à solta. A Escola curvou-se perante a voga da apologia do
"crescimento económico", essa prioridade das prioridades imposta pela
cada vez mais dominante ideologia neoliberal. Isso tem vindo a colocar a Escola
mais ao serviço da criação do homem comercial do que da criação do homem
integral, como diria o lúcido Rabindranath Tagore.
Há, no entanto, no
certeiro texto de Santana Castilho
uma frase que considero muito perigosa e que infelizmente até mereceu destaque
jornalístico. É a seguinte: «A democracia não pode ser tolerante com aqueles
que a querem destruir».
Compreendo bem o
sentimento do articulista (que adivinho ser bastante semelhante ao meu), mas a
frase entra em contradição com a própria noção de democracia, com os seus
princípios diferenciadores. Tolerância não significa desistência; não é
rendição perante os inimigos. Muito pelo contrário: a tolerância democrática
implica o exercício da liberdade de contradizer de forma fundamentada, convoca
a contra-argumentação racional. A recente atitude (justamente criticada pelo
articulista) da "maioria parlamentar pensante" trai a democracia que
diz defender, porque a tolerância democrática não é isso, não é remeter-se ao
silêncio perante as investidas do inimigo da democracia; é, bem ao invés,
assumir posição, combater com toda a energia, sem tréguas, mas sem que esse
combate mate a Liberdade. É combater o opositor sem lhe retirar a liberdade de
expressão. É assim que esgrime o autêntico arauto da Liberdade, o sujeito que
ama a Liberdade. E aqui reside a grande superioridade de um regime instituidor
da Liberdade e da Igualdade.
Seja-me permitida, a
finalizar este breve comentário, uma autocitação, extraída da última página do
meu último livro e que remete para o problema da Escola. Escrevi aí o seguinte:
A Educação tem que recuperar uma nobreza
que foi perdendo com a submissão à doutrina do supremo valor do imediatamente
útil, com as várias cedências aos poderes empresariais e estatais.
É necessário sabermos
viver na Verdade e a Escola tem que
ser um instrumento da aprendizagem do viver na
Verdade.
Convido-os agora a ler
com atenção o texto de Santana Castilho hoje publicado no jornal PÚBLICO, sob o título "Joker podemos ser todos!",e por
mim partilhado com muito agrado no Facebook (v. a minha página). Boa leitura!
João Maria de Freitas Branco
Caxias, 5 de Fevereiro
de 2020
Há, no entanto, no certeiro texto de Santana Castilho
uma frase que considero muito perigosa e que infelizmente até mereceu destaque
jornalístico. É a seguinte: «A democracia não pode ser tolerante com aqueles
que a querem destruir».
Compreendo bem o sentimento do articulista, mas a
frase entra em contradição com a própria noção de democracia, com os seus
princípios diferenciadores. Tolerância não significa desistência; não é
rendição perante os inimigos. Muito pelo contrário: a tolerância democrática
implica o exercício da liberdade de contradizer de forma fundamentada, convoca
a contra-argumentação racional. A recente atitude (justamente criticada pelo
articulista) da "maioria parlamentar pensante" trai a democracia que
diz defender, porque a tolerância democrática não é isso, não é remeter-se ao
silêncio perante as investidas do inimigo da democracia; é, bem ao invés,
assumir posição, combater com toda a energia, sem tréguas, mas sem que esse
combate mate a Liberdade. É combater o opositor sem lhe retirar a liberdade de
expressão. É assim que esgrime o autêntico arauto da Liberdade, o sujeito que
ama a Liberdade. E aqui reside a grande superioridade de um regime instituidor
da Liberdade e da Igualdade.
Seja-me permitida, a finalizar este breve
comentário, uma autocitação, extraída da última página do meu último livro e
que remete para o problema da Escola. Escrevi aí o seguinte: A Educação tem que recuperar uma nobreza que
foi perdendo com a submissão à doutrina do supremo valor do imediatamente útil,
com as várias cedências aos poderes empresariais e estatais.
É necessário sabermos viver na Verdade e a Escola tem que ser um instrumento da aprendizagem do
viver na Verdade.
Convido-os agora a ler com atenção o texto de
Santana Castilho hoje publicado no jornal PUBLICO e por
Compreendo bem o sentimento do articulista, mas a
frase entra em contradição com a própria noção de democracia, com os seus
princípios diferenciadores. Tolerância não significa desistência; não é
rendição perante os inimigos. Muito pelo contrário: a tolerância democrática
implica o exercício da liberdade de contradizer de forma fundamentada, convoca
a contra-argumentação racional. A recente atitude (justamente criticada pelo
articulista) da "maioria parlamentar pensante" trai a democracia que
diz defender, porque a tolerância democrática não é isso, não é remeter-se ao
silêncio perante as investidas do inimigo da democracia; é, bem ao invés,
assumir posição, combater com toda a energia, sem tréguas, mas sem que esse
combate mate a Liberdade. É combater o opositor sem lhe retirar a liberdade de
expressão. É assim que esgrime o autêntico arauto da Liberdade, o sujeito que
ama a Liberdade. E aqui reside a grande superioridade de um regime instituidor
da Liberdade e da Igualdade.
Seja-me permitida, a finalizar este breve
comentário, uma autocitação, extraída da última página do meu último livro e
que remete para o problema da Escola. Escrevi aí o seguinte: A Educação tem que recuperar uma nobreza que
foi perdendo com a submissão à doutrina do supremo valor do imediatamente útil,
com as várias cedências aos poderes empresariais e estatais.
É necessário sabermos viver na Verdade e a Escola tem que ser um instrumento da aprendizagem do
viver na Verdade.
Convido-os agora a ler com atenção o texto de
Santana Castilho hoje publicado no jornal PUBLICO e por mim partilhado com
muito agrado no Facebook
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