Resposta à prezada Leitora e Amiga-Facebook Maria Gabriela
Bragança:
Compreendo o sofrimento a que alude. Mesmo não conhecendo pessoalmente
D.Carlos de Azevedo -- o que para o efeito é irrelevante --, desejo que a sua
inocência venha a ser provada tão depressa quanto possível. Que esteja claro
para todos os meus leitores não ter havido da minha parte a menor intenção de
acusar o Bispo D.Carlos de Azevedo ou o propósito de emitir qualquer juízo
sobre a alegada prática de assédio sexual. Insurjo-me, sim, de forma veemente,
contra o pensamento e a acção da hierarquia da Igreja Católica que insultam a
inteligência, a moral e os princípios civilizacionais. Aludi ao tão badalado “caso
D.Carlos de Azevedo” apenas porque ele ilustra bem a desonestidade intelectual que
a Igreja exibe, bem como as aberrações que de aí resultam. Essa desonestidade
ofende, por exemplo, a dignidade de todos os padres homossexuais como D.Carlos
Azevedo. Para que não haja dúvidas, passo a citar o próprio Papa: «A Igreja não
pode admitir nas ordens sagradas e nos seminários aqueles que praticam a
homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente arreigadas
ou que apoiam a chamada cultura gay» -- palavras do sumo Pontífice pronunciadas
no dia 28 de Novembro de 2005, em pleno século XXI. Estranho é parecer ficar
eu, que sou ateu heterossexual a tempo inteiro, mais indignado com este
discurso papal do que muitos católicos homossexuais, incluindo Bispos, que
perante o carácter aberrante do citado discurso papal permaneceram e permanecem
em silêncio. E, não fosse eu ateu, racionalista crítico materialista ficaria
também, no mínimo, bastante preocupado com o silêncio, com o apartamento, com a
ineficácia, com a impotência do divino Espírito Santo perante a dimensão do
despautério. Mas, “graças a deus”, escapo a esse dubitativo incómodo.
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