Curioso que não tenha havido nos últimos dias nenhuma
referência pública (que eu tivesse visto) ao facto de ter ocorrido sobre
Lisboa, há mais de 30 anos, durante a noite, um fenómeno idêntico ao que foi
observado na passada sexta-feira na Rússia. Assim, o nosso meteorito, que não
causou onda sónica, continuará travestido de nave espacial alienígena (a “explicação”
que prevaleceu na época) e a colorir a memória de muitos incautos alfacinhas.
Lamentavelmente não me recordo da data exacta do
acontecimento. Tenho ideia que foi no final dos anos setenta do século passado
(1978 ou 79). Só tenho a certeza de que foi há mais de 30 anos. Lembro-me de
ter ocorrido por volta da uma hora da madrugada. Foi testemunhado por uma
equipa de reportagem da RTP que nesse momento circulava na zona do Marquês de
Pombal. O efeito mais espectacular foi descrito pela jornalista que integrava
essa equipa que regressava aos velhos estúdio do Lumiar: «Repentinamente ficou
dia em Lisboa, durante cerca de 10 segundos; foi como se o Sol tivesse surgido
no céu apenas durante uns segundos», disse a repórter numa peça que foi
apresentada no Telejornal do dia seguinte. Esse depoimento deve estar ainda nos
arquivos da RTP. Mas como comentou ontem, na minha página do Facebook, o também
jornalista Milan Balinda, o problema é que, ao contrário do meteorito russo,
deste nosso não ficou nenhum registo de imagem. Nesse então não havia câmaras
de vigilância espalhadas por todo o lado, nem telemóveis. Foi no século
passado…
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