O responsável pela delegação do Norte do INEM, o médico António Rui Barbosa, tomou uma decisão razoável que permitiu que em vez da perda de 11 vacinas fossem vacinados 11 cidadãos (todos funcionários de uma pastelaria situada nas imediações das instalações do INEM, no Porto).
A meu ver, a atitude merece espaço noticioso nos órgãos de comunicação social nacionais pela sua razoabilidade; por ser ao mesmo tempo exemplo de atitude racional e de capacidade de resposta adaptativa. É um caso que concorre para transmitir confiança nos serviços do SNS e nas autoridades, algo importantíssimo em momentos históricos como aquele que estamos a viver. Os canais televisivos deram grande relevo ao acontecimento (creio ter sido notícia de abertura nos três canais nacionais, RTP, SIC, TVi).
No entanto, a notícia não foi dada com base na razão que apresentei (que é a minha). Foi apresentada como se o facto em causa indiciasse um acto de favorecimento, uma ilegalidade, um procedimento imoral, um gesto prevaricador. Não foi minimamente louvado o comportamento do médico responsável. Alimentou-se o sentimento de desconfiança nas instituições públicas e nos seus responsáveis. Desta forma, as televisões prestaram um mau serviço aos cidadãos e ao país: contribuíram para, infundadamente, incutir desconfiança num momento em que precisamos de confiança. Tratar-se-á de incompetência inocente?
Felicito o médico António Rui Barbosa pela atitude tomada. Um exemplo de competência, de inteligência e racionalidade.
João Maria de Freitas Branco
30 de Janeiro de 2021
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