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sábado, 21 de novembro de 2020

Depois da comunicação de António Costa

 

Após ter escutado a comunicação do primeiro-ministro, tive curiosidade de passar pelos vários canais televisivos de notícias para ouvir os comentários. Fiquei assustado com o grau de desonestidade de alguns dos intervenientes. Atacam António Costa por não se opor à realização do Congresso do PCP e por se “refugiar numa legislação de 1986”. Mas será que uma lei se cumpre em função da data de promulgação? Ou será que estes comentadores políticos consideram que o primeiro-ministro não deve cumprir a lei? Resolvi fugir. Mais grave ainda é o que se ouviu ontem em São Bento da boca de deputados que parece ignorarem qual é o órgão de soberania para que foram eleitos. Aparentemente, julgam estar na Assembleia Nacional do Estado Novo, num tempo em que de facto a lei permitia a proibição da actividade de partidos políticos desafectos ao Governo. É muito grave que isto se esteja a passar; e não é por acaso que se está a passar agora, num tempo em que o ataque directo à democracia se reorganiza em várias latitudes. É claro que, insistindo na realização do Congresso neste momento de aguda crise pandémica, o PCP comete um erro político de uma ingenuidade difícil de compreender num partido quase centenário. Óptimo contributo para a acção de agitação e propaganda da extrema-direita nascente.

João Maria de Freitas Branco
21 de Novembro de 2020

 

 

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