Quero hoje falar-vos de educação e da escola que temos.
Actualmente a educação está subjugada à ideologia imediatista do útil, imposta
pelos interesses do mundo dos negócios, das empresas e do Estado. A educação
tem-se curvado diante das imposições utilitárias da elite dos negócios para
quem a coisa mais importante é ganhar dinheiro, muito dinheiro, no imediato.
Foi precisamente há cem anos, em 1915, que foram publicados
dois dos mais relevantes textos sobre educação escritos por autores
portugueses, embora uma dessas obras tenha sido redigida em francês e editada
no estrangeiro: refiro-me ao livro de Faria de Vasconcelos sobre a “Escola
Nova” (Une école nouvelle en Belgique,
é o título original) e ao ensaio de António Sérgio “Educação Cívica”. Recomendo
a leitura destes dois escritos como forma de recuperar uma educação que abra
caminhos para que cada ser humano se possa tornar uma pessoa de carácter.
Não me canso de dizer: a grande crise não é a
económico-financeira mas sim a dos valores em voga. É uma crise cultural, uma
crise da civilização. Para a superar necessitamos de uma educação de qualidade
que concorra para aquilo a que tenho por hábito chamar a formação integral do
cidadão pessoa.
Como Sérgio e Vasconcelos eram admiradores de Beethoven,
sugiro que os leiam ouvindo o último disco da Maria João Pires, CD premiado,
com o 4º concerto para piano do Músico de Bonn.
João Maria de Freitas-Branco, TSF, programa "Notas de Autor, 30/09/2015
Como ainda nem comecei o livro anteriormente recomendado, desta vez a promessa é ir ouvir a Maria João Pires...
ResponderEliminarAbraço