Uma das notícias do dia que mereceu chamada à primeira página de um jornal:
Deputada transforma falsificação em “imprecisões no registo comercial”.
Trata-se de uma deputada do PS que falsificou um documento para evitar ser acusada e constituída arguida num processo em que o marido (ex-presidente de uma câmara municipal) será julgado. A deputada em causa, que chegou a ser vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS em três mandatos, não apresentou a sua demissão e nada indica que tenha intenção de o fazer. No entanto, é claramente inadmissível que uma pessoa que comprovadamente falsificou documentos permaneça no Parlamento.
Muitos terão reagido à notícia com indignado lamento por mais um caso de falta de ética no comportamento de um responsável político, outros terão optado por um resignado encolher de ombros. O caso foi revelado na imprensa no dia 25 de Setembro deste ano. Passaram 23 dias. Será que o Partido Socialista vai tomar posição em defesa da dignidade do seu Grupo Parlamentar? Ou será que vai admitir o inadmissível?
A conclusão a que quero chegar: um caso como este é mais letal para a democracia do que muitos discursos de políticos de extrema-direita. Alguns dos maiores inimigos da democracia vestem a pele de democratas.
João Maria de Freitas Branco
Caxias, 18 de Outubro de 2020
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