O actual discurso do Sr. Cardeal Patriarca é renovado exemplo
de como funciona o pensamento servidor da confusão,
representativo de sistemas ideológico-práticos umbilicalmente amarrados ao
cultivo da dependência, ao horror à autonomia, ao medo da Liberdade. Um
pensamento enleado em arcaico irracionalismo que não quer aceitar o kantiano
ensinamento de que a Razão aspira à Liberdade. Sabem os que têm a generosidade
de ler os meus escritos ensaísticos ou de me escutar no palestrar que sou cidadão
resistente, radicalmente resistente no contrariar desses sistemas
ideológico-práticos da obediência. Sou
um amigo do Espinosa, bem como de todos os que, como Kant, Diderot, d’Holbach,
Feuerbach ou o por cá tão esquecido Thomas Paine, se souberam esculpir como
personificações do Iluminismo, da Aufklärung.
Este esclarecedor post
do Frederico Lourenço é mais uma demonstração da grande valia do rigoroso trabalho
de tradução/anotação bíblica que em boa hora tem vindo a realizar e que não me
canso de enaltecer. Só recomendo cuidado na colagem do rótulo de “inimigo do
sexo” ao Platão, esse gigante do pensar que é outro dos meus amigos predilectos
– pelo mesmíssimo motivo essencial, esse da indefessa e inquebrantável relação estruturante
da Razão com a Liberdade. Relação, esta, que decreta a vetusta indecência intelectual de um discurso patriarcal.
Nota: Este comentário foi redigido no seguimento de um outro, da autoria de Frederico Lourenço e hoje publicado no Facebook tendo como título "Um cristão na cama".
João Maria de Freitas-Branco
Caxias, 10 de fevereiro de 2018
Caxias, 10 de fevereiro de 2018
Sem comentários:
Enviar um comentário