[Texto inicialmente publicado na minha página do Facebook, no dia 5 de Agosto de 2015]
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Militância antidogmática
Não foi por mera casualidade que aqui coloquei (Facebook), no agora já
findo mês de Julho, um curto mas precioso documento audiovisual em que o
filósofo inglês Bertrand Russell nos lega dois sábios recados, um de natureza intelectual
outro de teor moral. O actual “caso Grécia”, de que tanto do nosso existir
depende, tem trazido à ribalta variegadas utilidades, sendo uma delas o tornar
evidente, mais nítido ou, na pior das hipóteses, menos disfarçado um conjunto
de fenómenos/verdades que nos afectam enquanto andamos nesta azáfama do viver.
Anoto aqui dois deles, por estarem inter-relacionados: 1) a extinção da
Democracia, da autêntica, no interior da ainda chamada União Europeia,
visivelmente governada por inimigos dela – Democracia autêntica –, dominada por
gente consequentemente hostil à racionalidade crítica, à atitude céptica e crítico-tolerante
caracterizadora do espírito científico; 2) o dogmatismo e o sectarismo de
esquerda são os melhores aliados da governação de direita e do esforço para a
sua perpetuação, semeando compreensível sorriso no rosto dos agentes do
poderio. Por cá, os senhores do pensamento político e da prática (des)governativa-sem
alternativa, que encabeçam a coligação eleitoral PSD/CDS, adoram esses seres
que encarnam a esquerda imaculada, a pureza comunista, que são os sacerdotes
laicos do cânone político de esquerda. Tenho observado a franca alegria com que
os cidadãos direitistas têm acolhido o recente fenómeno, espoletado pelo “caso
Grécia”, da renovada proliferação dessa “pureza” dogmática. Dito isto, e com a
memória posta nas lúcidas recomendações de Russell que aqui depositei no
passado dia 27, apetece-me citar uma frase do grande Tchékhov que me foi
trazida há bem pouco pelo meu muito estimado amigo-escritor Mário Carvalho
(Amigo solidamente real, embora também aqui virtual, neste espaço do Face).
Cito dando-me à liberdade de fazer pequeno acrescento assinalado com o auxílio
do itálico. Então, aqui vai a frase do grande russo: «A arrogância dogmática e sectária é uma qualidade que
fica bem aos perus».
[Texto inicialmente publicado na minha página do Facebook, no dia 5 de Agosto de 2015]
[Texto inicialmente publicado na minha página do Facebook, no dia 5 de Agosto de 2015]
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