Meu Caro Eduardo,
Tudo isto é assustador e vergonhoso, mesmo antes de se realizar o julgamento e seja qual for o resultado; porque sobre várias questões gravíssimas qualquer cidadão informado está já em condições de condenar o arguido mais mediático. Repara que no caso do ex-primeiro-ministro, relativamente à ida para Paris e ao que por lá se passou, foi ele próprio que se condenou, provando que tinha mentido a todos os portugueses. Portanto, sobre algumas questões, o meu julgamento já está feito há muito tempo e unicamente com base em declarações públicas do próprio arguido; afirmações inequivocamente auto-incriminatórias. Além disso, conheço bem Paris, essa deslumbrante cidade Luz, e sei muitíssimo bem o que financeiramente significa morar nessa capital mantendo os hábitos de vida que o próprio engenheiro nos deu a conhecer serem os seus. Mas se muito não erro, o principal nisto tudo é outra coisa: é fazer o julgamento do Regime. Será que se vai conseguir? Forte abraço.
Tudo isto é assustador e vergonhoso, mesmo antes de se realizar o julgamento e seja qual for o resultado; porque sobre várias questões gravíssimas qualquer cidadão informado está já em condições de condenar o arguido mais mediático. Repara que no caso do ex-primeiro-ministro, relativamente à ida para Paris e ao que por lá se passou, foi ele próprio que se condenou, provando que tinha mentido a todos os portugueses. Portanto, sobre algumas questões, o meu julgamento já está feito há muito tempo e unicamente com base em declarações públicas do próprio arguido; afirmações inequivocamente auto-incriminatórias. Além disso, conheço bem Paris, essa deslumbrante cidade Luz, e sei muitíssimo bem o que financeiramente significa morar nessa capital mantendo os hábitos de vida que o próprio engenheiro nos deu a conhecer serem os seus. Mas se muito não erro, o principal nisto tudo é outra coisa: é fazer o julgamento do Regime. Será que se vai conseguir? Forte abraço.
Carta aberta endereçada ao meu amigo Eduardo Cintra Torres no seguimento de um comentário publicado por ele na sua página do Facebook, no dia 12 de Outubro de 2017. O meu texto foi inicialmente publicado nessa mesma página, como comentário ao comentário.
Caro João Maria, só agora li a tua carta, porque não a vi no dia 12 de Outubro no Facebook e não a encontro agora no feed do Facebook. Encontrei-a agora, ao visitar o teu blog. Seria este?
ResponderEliminarUm abraço,
Eduardo
12/10 às 11:50 ·
Durante quatro anos, os fiéis de José Sócrates diziam que não se pronunciavam enquanto não houvesse acusação.
Agora dizem que não se pronunciam enquanto não terminar o julgamento.
Nunca vi pessoas cuja liberdade de opinião estivesse tão condicionada pelas decisões do aparelho judicial. Mas, claro, este argumento só lhes vem à pena ou à boca sobre este processo."