Ataques ou críticas há que denigrem mais o autor do que o
visado. Sabemo-lo. E sabemos também que em tais casos tanto o criticador como o
seu discurso crítico, pelo exagero da inconsistência, pelo desequilíbrio, pela embriaguêz
romântica do verbo, pela ausência de válida fundamentação racional, acabam por
não merecer qualquer reacção que não seja o absoluto silêncio. Disso tivemos exemplo
na última página da edição de hoje de um jornal de referência presente nas
bancas, em mais um dia de homenagem internacional aos Trabalhadores do mundo
inteiro [edição do Público de 1/5/15].
Mas como, no caso vertente, pude verificar ser percutida a
mesmíssima tecla já múltiplas vezes usada desde a noite da última quarta-feira por
comentadores políticos, colunistas e outros fazedores de opinião – e não sendo
nem querendo ser mero apoiante passivo da candidatura de Sampaio da Nóvoa,
preferindo assumir o papel de modesto operário da construção política que agora
se intenta executar, e vendo na defesa da Verdade uma forma de homenagear os
Trabalhadores – volto a este amplo espaço público da blogosfera e das redes
sociais com o renovado propósito de reafirmar que a candidatura de Sampaio da
Nóvoa germina em solo exterior ao das coutadas partidárias, buscando entrosar dinâmicas
sociais conducentes à reformatação da visão política. Uma reformatação da acção
política na dupla dimensão do imaterial e do material.
Afirmar que esta candidatura foi “fabricada por meia dúzia
de maiorais” de um partido, seja ele qual for, é esgrimir usando a mais pura
mentira. Ora, a mentira – questão filosófica maior -, essa sim, qual vírus incontroladamente
replicado, é que alastra no interior do corpo da Democracia, causando grave lesão,
semeando patologia e dando perigosíssimo e humilhante sinal da degradação da
nossa vida pública. Os utilizadores da mentira, como o criticador/comentador
que aqui me trouxe, fazem com que a análise política fique despida de moral.
João Maria de Freitas-Branco
Caxias, 1 de Maio de 2015
Tem já a minha simpatia e,em condições já por mim declaradas, terá o meu voto
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